Sou uma jornalista, porém só isso não me define. Apenas diz o que eu sou. Gostaria de me apresentar melhor: sou mulher, mãe e avó. O que me dá autoridade suficiente para saber o que é o verdadeiro amor. Quem teve um ser crescendo dentro das próprias entranhas sabe o que estou dizendo. Sem menosprezar os filhos do coração, pois também os tenho, e com eles conheci o amor de alma.
Sou do tipo de pessoa que morre de rir ao assistir um desenho animado e se derrete em lágrimas até com comercial de margarina. Adoro piadas bobinhas, andar na chuva, observar o movimento das nuvens no céu e descobrir figuras nos seus mais estranhos formatos. Possivelmente isso possa dar uma pequena ideia da minha humanidade. Sim, porque o humano precisa amar, rir e chorar para aprender a existir.
Já empunhei revólveres e fuzis, mas detesto armas. Sou antibelicista num planeta que parece adorar uma guerra. Vivo revoltada com isso. Não há motivo que justifique as mortes de milhares de pessoas na troca de mísseis e outros explosivos. Assim como me indigna a guerra urbana que enfrentamos com o tráfico de drogas. Jovens transformados em soldados do narcotráfico derramam sangue em troca de vinténs e falso poder. Uma tragédia diária.
Fico encantada com o voo de uma borboleta e com o sorriso desdentado de um bebê. Gosto de animais tratados como animais. Pets humanizados são ridículos, sem que tenham culpa disso. Já não se pode dizer o mesmo de seus donos...
Comer, rezar e amar fazem parte do meu cotidiano. Não abro mão de experimentar novos sabores; peço proteção para os meus anjos da guarda - já me safei de tantas que certamente tenho mais do que um – e amo indistintamente. Acredito que só o amor pode construir amizades e laços para sempre. E é muito mais fácil amar do que odiar. Odiar dá trabalho e nos apodrece. Então, é melhor fechar a porta e ir embora. Começar uma nova história ao invés de alimentar algo que não vale a pena.
Escrever foi a minha vida. Com as letras construí meu futuro e com elas reverencio o passado. Eternizar histórias no papel foi um sonho concretizado. Minha vida profissional foi um livro aberto - talvez um jornal aberto – porém por trás da casca grossa de uma repórter policial sempre existiu uma sonhadora amorosa que desejou e, ainda deseja, um mundo melhor para todos nós.
Tive o privilégio de conviver profissionalmente com Mara Cornelsen, em entrevistas de rádio e matérias de jornal, atuando como psicóloga. E privilégio maior, de poder chamá-la de amiga!